domingo, 31 de julho de 2011

Minha vontade é de me despedir da vida. Não sei até onde vale a pena viver algo que não tem valido a pena. Não sou vítima de nada a não ser da situação que eu criei para mim mesmo. A escolha foi minha e no momento tenho vivido esta escolha, como já dito em outros textos, uma escolha um tanto quanto paradoxal. Me sinto triste, escolhi isso para mim, me sinto só, e eu também escolhi isso para mim, e mesmo estando com esta tristeza profunda, tristeza tal que me dá vontede de morrer e uma solidão que chega a doer digo o por que de ser paradoxal. Pelo simples fato de estar gostando do que sinto. A vontade de me desprender da vida vem pelo fato de que tem dias que a tristeza e o vazio é mais profundo, tenho a sensação de que não vai acabar nunca. Não tenho amigos, não me sinto merecedor de nada, me sinto feio e inútil, veja só se não é para morrer em uma situação como esta?

Acho a vida muito injusta e não tem valido muito a pena. Muitas vezes tenho que fingir que está tudo bem, muitas vezes tenho que ser o que não sou ou até mesmo sorrir quando na verdade eu quero é chorar, mas chorar de soluçar de me derramar em lágrimas de não conseguir nem mesmo falar, um choro profundo para eu poder colocar para fora tudo que estou sentindo. Esta escolha errada está acabando comigo e toda semana vem uma notícia diferente sempre notícias ruins, ruins para mim, é claro.

Dilemas de amores não resolvidos, paixões que não vão voltar, vida que não tem sentido de ser vivida são dilemas que estou enfrentando dia a dia na minha miserável vida. Que vazio... Que solidão... Que sofrimento... Nunca me senti tão mal como estou me sentindo agora e não vejo como solucionar tudo isso.

Há tempos que vivo isso. Vivo o paradoxo entre viver sozinho para poder ser feliz de verdade (parafraseando Albert Camus) ou acreditar que a felicidade só é possível se for compartilhada (frase do filme Na Natureza Selvagem). Esse tem sido o pior dilema, o paradoxo da minha miserável existência.

Se alguém puder ou souber como me ajudar estou aberto a receber orientações...

Obrigado
Ainda vivo
Eu

Vivo isso no momento

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Qual é o sentido da vida se todos nós vamos morrer? E se todos vamos morrer existe razão para se viver?
Tudo tem perdido o sentido por conta disto. Ser rico ou pobre, estar doente ou sadio, que razão tem essas coisas?
A bosca incansável pelo conhecimento ou a mais pura ignorância do ser, ambos serão calados no sepulcro.
Morte!? Não se se me apaixono por ela ou se a odeio, mas seja com paixão ou com ódio ela está tão perto, perto pelo fato de eu não saber quando ela vai chegar, mas eu posso, se assim o desejar, fazer com que ela chegue o quanto antes.
Há justiça na morte? Todos querem ir para o céu mas ninguém quer morrer. PORRA! Eu nasci para morrer. Meus pais nasceram para morrer. Assim como qualquer ser humano nesta merda de vida nasceu para morrer. Que sentido há na vida e no viver se o fim é a morte?!
Tudo perde o sentido quando se sabe que vai morrer mesmo não se sabendo quando, mas o simples fato de sabermos que vamos morrer perde-se o sentido de viver.
Hoje eu me sinto como um doente que se entrega à própria sorte por conta de sua enfermidade, sem forças para lutar contra a doença que lhe empurra ao absmo da morte.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

UM VIVER (OU UMA VIDA) SEM SENTIDO

A vida tem perdido a razão e o sentido e, muitas vezes, a sinto como um livro com paginas em branco, vazia e, realmente, sem sentido algum, é assim que me sinto há algum tempo.

Loucura? Insanidade? não sei como chamar o que estou sentindo, somente sei que sinto. O pior é que, diante de tudo isto que estou sentindo nem chorar eu consigo.

Que ser humano eu tenho me tornado?! Faço esta pergunta pelo fato de concordar com aquilo que antes, para mim, era absurdo, mas também digo que isto é um tanto quanto paradoxal já que eu gosto do momento pelo qual estou passando.

Muitas coisas têm perdido o sentido para mim. Mas nisto tudo o que mais perdeu o sentido foram os relacionamentos. Tenho tentado me envolver o mesnos possível com as pessoas, talvez assim as decepções sejam menores também. Certa vez ouvi, durante um bom período, a frase: QUANTO MAIS EU CONHEÇO OS SERES HUMANOS MAIS EU AMO OS ANIMAIS." Relutei para concordar com esta frase (e olha que ainda não concordo 100%) mas meus últimos dias vividos no meio onde estou inserido tem me levado a considerar o conteúdo da frase citada.

Uma outra frase que muito me tem feito pensar e que foi tirada do livro A Queda de Albert Camus é: QUER SER FELIZ? ENVOLVA-SE O MENOS POSSÍVEL COM AS PESSOAS."

Nada mais tem feito sentido. Tenho lutado para eu não me tornar uma pessoa indiferente, mas se uma coisa dessas acontecesse, para mim não faria diferença alguma.

Meu coração ainda pulsa com naturalidade e um dia irá parar com a mesma naturalidade, que diferença faz, então, viver se realmente vamos todos um dia morrer? Para mim, na atual situação, diferença alguma, na verdade apenas uma: meus filhos.

Mas a morte não é algo que não podemos superar, apenas não podemos evitar.

De repente tudo fica tão estranho.....

sexta-feira, 15 de abril de 2011

EU SONHEI COM ELA....

Esta noite, mais uma vez sonhei com ela.. Dani... ela menina marota, romântica, bonita, sincera e confusa (as vezes)... ela menina madura que tem nome de mocinha de novela mexicana e gosta de vinho barato.. que barato. Ela que escreve tão bem, mas tão bem que muitas vezes penso que está escrevendo sobre mim, que ousadia a minha, não?
Queria eu ter acordado e ter ela, Dani... ela menina que gosto, do meu lado....Mas foi somente um sonho, somente de olhos fechados... eu levo você, aonde quer que eu vá...meus sonhos sempre vão te buscar.
Dani... ela, menina, eu peço ao vendo "me traga o cheiro dela", pelo menos o cheiro já que eu não posso sentir o gosto do seu beijo, me afogar em seus desejos, saciar a sede que tem de me beijar (pelo menos eu acho que ela quer me beijar).

Esta é ela, Daniela, ah! Daniela, por onde anda você?!

Acho que não tenho mais nada a dizer... a não ser que, mais uma vez sonhei com ela...

terça-feira, 12 de abril de 2011

VINICIUS DE MORAES

Vinicius de Moraes, o maior poeta brasileiro, me foi apresentado em 1995/96 por uma pessoa que estimo muito. Destes dias em diante, confesso a todos, minha vida não foi a mesma. Nunca ouvi música tão linda ou li poema que me fezessem refletir tanto a minha própria vida. Vinicius casou-se 9 vezes, um amante profissional, diriam alguns. Suas parcerias com a música também seriam eternizadas, parceiros como Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Toquinho, Edu Lobo, Francis Hime e Chico Buarque, seriam aqueles eternizados e e que eternizariam Vinicius de Moraes. Uma época de grande transformação política no Brasil, Vinicius iria transformar a música, com a Bossa Nova ritmo que viria ser lembrado em todos os tempos com a música CHEGA DE SAUDADE.
Não sou muito bom em história e também sou suspeito quando falo do Vinicius, me tornei um viciado nas músicas dele por culpa desta pessoa que foi tão especial para mim na época em que o Poetinha me foi apresentado (esta pessoa ainda é muito especial).
Agora eu deixo aqui um dos maiores e mais lindos textos já escritos por Vinicius de Moraes, não menosprezando todos os outros textos, poemas, crônicas, sonetos e músicas escritas por ele, mas este aqui merece um minuto da nossa atenção.


PARA VIVER UM GRANDE AMOR

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.