sexta-feira, 15 de abril de 2011

EU SONHEI COM ELA....

Esta noite, mais uma vez sonhei com ela.. Dani... ela menina marota, romântica, bonita, sincera e confusa (as vezes)... ela menina madura que tem nome de mocinha de novela mexicana e gosta de vinho barato.. que barato. Ela que escreve tão bem, mas tão bem que muitas vezes penso que está escrevendo sobre mim, que ousadia a minha, não?
Queria eu ter acordado e ter ela, Dani... ela menina que gosto, do meu lado....Mas foi somente um sonho, somente de olhos fechados... eu levo você, aonde quer que eu vá...meus sonhos sempre vão te buscar.
Dani... ela, menina, eu peço ao vendo "me traga o cheiro dela", pelo menos o cheiro já que eu não posso sentir o gosto do seu beijo, me afogar em seus desejos, saciar a sede que tem de me beijar (pelo menos eu acho que ela quer me beijar).

Esta é ela, Daniela, ah! Daniela, por onde anda você?!

Acho que não tenho mais nada a dizer... a não ser que, mais uma vez sonhei com ela...

terça-feira, 12 de abril de 2011

VINICIUS DE MORAES

Vinicius de Moraes, o maior poeta brasileiro, me foi apresentado em 1995/96 por uma pessoa que estimo muito. Destes dias em diante, confesso a todos, minha vida não foi a mesma. Nunca ouvi música tão linda ou li poema que me fezessem refletir tanto a minha própria vida. Vinicius casou-se 9 vezes, um amante profissional, diriam alguns. Suas parcerias com a música também seriam eternizadas, parceiros como Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Toquinho, Edu Lobo, Francis Hime e Chico Buarque, seriam aqueles eternizados e e que eternizariam Vinicius de Moraes. Uma época de grande transformação política no Brasil, Vinicius iria transformar a música, com a Bossa Nova ritmo que viria ser lembrado em todos os tempos com a música CHEGA DE SAUDADE.
Não sou muito bom em história e também sou suspeito quando falo do Vinicius, me tornei um viciado nas músicas dele por culpa desta pessoa que foi tão especial para mim na época em que o Poetinha me foi apresentado (esta pessoa ainda é muito especial).
Agora eu deixo aqui um dos maiores e mais lindos textos já escritos por Vinicius de Moraes, não menosprezando todos os outros textos, poemas, crônicas, sonetos e músicas escritas por ele, mas este aqui merece um minuto da nossa atenção.


PARA VIVER UM GRANDE AMOR

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Uma existêcia sem razão?

Tenho pensado muito ultimamente, e isto não anda me fazendo bem. Um último pensamento que anda me assombrando é sobre a rotina da minha vida e como todos os dias são exatamente iguais, sem por nem tirar.
Certa vez escrevi: "o mundo gira... gira.. gira. e não chega a lugar algum". A vida é tão ciclica quanto o girar do planeta em torno do sol e de si.
Me sinto tão mal com isto, sabia? Mal porque eu não tenho com quem conversar, mal porque me sinto um egoísta, mal porque tudo é muito igual, mas como fugir disto?
Pensar a vida e ver como tudo é tão igual me faz refletir em como a vida, muitas vezes, não faz sentido, minha vida anda um tanto quanto nublada, assim como as manhãs aqui na minha cidade, a diferença é que das manhãs nubladas eu gosto.
Tenho a impressão de que eu não pertenço a esta época, olho à minha volta e vejo o quanto eu não me encaixo, e o mais interessante é que há vinte anos eu pensava a mesma coisa. Há vinte anos, quando eu escrevi meu primeiro diário, me lembro perfeitamente da primeira frase que dizia: Não pertenço a esta época, de duas uma: ou eu deveria ter nascido há 60 anos, ou deveria estar nascendo agora. (1º de março de 1991), obs. eu tinha 18 anos.
Uma coisa eu sei, pensando sobre isso mais afundo, eu não gostaria de ter nascido em 1991.
É uma pena que a vida não seja como uma pintura e muito menos não há como redesenhá-la. A liberdade da vida limita-se ao curto espaço de tempo que é quando se está dormindo e aí sim dá-se asas à imaginação e lança-se ao mundo imaginário dos sonhos, e neste mundo, quando você aparece, tudo muda e a vida se torna mais bela. Mas como tudo que é bom dura pouco, eu acordo, está aí, acabou a liberdade. Será que quando eu me despreender desta vida vou desfrutar da liberdade eternamente, como se eu estivesse em um sonho sem nunca mais acordar?
Seja como for, apesar de pensar muito no despreender-me desta prisão à qual me encontro, não é o momento, pois, bom ou ruim, ainda tenho muito o que fazer e um papel importante a cumprir.

É, estou me sentindo um tanto quanto existencialista, me sentindo único (quando falo do que sinto é que ninguém pode sentir o que eu sinto, já que o sentimento é inerente a cada ser humano) - odeio quando os outros me falam: Ah! Também me sinto assim! 
É assim que me defino hoje pois o amanhã não me pertence.

Eu.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Hoje o dia amanheceu um tanto quanto nublado, uma garoa fina e um vento frio também.
Dias assim me remetem ao passado e de como eu gostava de sair em dias chuvoso e frios. é tudo mais romântico e também dia de tomar vinho barato.
Cheguei mais cedo do que o de costume ao meu trabalho, mas lá a realidade é outra, pois independente do frio que venha fazer fora, o local onde eu trabalho é muito quente.
Hoje eu acordei com minha mente um tanto quanto questionadora e eu não gosto muito disto porque eu só faço perguntas sem respostas. Existe algo, e alguém, que têm se tornado perguntas frequentes em minha mente e se eu pudesse, preste bem atenção no que estou dizendo, se eu realmente pudesse eu mataria o que estou sentindo. Assim como eu não escolho sentir não tem possibilidade alguma de escolher não sentir, ou seja, o sentimento não é uma questão de escolha.
Uma coisa eu sei, estou tão cansado da minha rotina, de todos os dias serem iguais, externamente dizendo, que o que eu tenho vivido internamente até que tem me feito bem. Em uma das mais belas canções do Renato Russo, no disco  Dois da Legião Urbana lançado em 1986, canção que se chama ANDREA DORIA, ele diz:

Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...

Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...

Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também...


Me sinto como nesta canção, acostumado com tudo que tem acontecido. Tenho pensado tanto no passado que eu não enxergo o meu presente e quando você chama a saudade de nostalgia eu chamo a saudade de você, um trocadilho pobre e sem ritmo e sem graça, mas a palavra saudade faz um buraco no meu peito que eu tento preencher o vazio com as lembranças do passado.
Tento, em vão, enxergar, em todo lugar que estou, um olhar que me conquiste, ou que chame a minha atenção. Me lembro da primeira vez em que cruzei com um olhar que me chamou a atenção e que depois que meus olhos se cruzaram com aqueles olhos eu nunca mais fui o mesmo.
São esses mesmos olhos, que há anos eu não vejo - vejo apenas com meus olhos fechados - que despertou algo que estava adormecido dentro de mim.
Como disse anteriormente, se eu pudesse eu mataria o que estou sentindo, mas não posso. Se eu pudesse eu teria feito tudo diferente, também não posso voltar e consertar os erros, mas tem sido tudo muito bom pois da vida eu sou um aprendiz e ela não nos ensina apenas coisas boas.

domingo, 3 de abril de 2011

Um Olhar Triste

Meus dias não têm sido dos melhores ultimamente, a situação em casa está caótica e no meu trabalho então, nem se fale. Por isto, e alguns outros motivos, resolvi voltar a escrever.
Tenho vivido um momento ímpar em minha vida, não sou exatamente o que as pessoas veem, na verdade eu acredito que ninguém é aquilo que realmente está visível aos olhos. O que somos, na verdade, está muito além daquilo que os olhos podem ver. E usando uma linguagem um tanto quanto filosófica, ouso dizer que o que somos realmente é metafísico.
Ninguém consegue enxergar, em uma pessoa, seus amores e ódios, frustrações, dificuldades ou necessidades (não necessidades físicas). Todos me dizem: você está tão bem! Nossa! Como as pessoas não me conhecem. As vezes me sinto uma farça por causa disto. Quando eu disse, logo acima, que eu tenho vivido um momento ímpar em minha vida é que alguns fatos estão me levando a refletir a própria vida e este momento ao qual estou passando é um tanto quanto paradoxal, e por que eu digo isso, tenho pensado muito em uma pessoa, uma pessoa muito especial, que foi (e pelo visto continua sendo) muito importante em minha vida e pensar nela me entristece muito, não por ela em si, mas por todas as circunstâncias que permeiam nossas vidas. É uma tristeza tão profunda, daquelas que dá para sentir lá no estômago, mas que me tem feito tão bem.
A verdade é que gosto de tudo que está acontecendo e de tudo que estou sentindo e se tudo isso for ilusão que doce ilusão será.
A verdade, também, é que os meus sentimentos estavam adormecidos, assim como um animal que hiberna, assim estava eu em relação aos meus sentimentos.
O que você despertou em mim me entristece e me alegra ao mesmo tempo. Não sei o que vai acontecer, o futuro é incerto e o destino, se é que ele existe, não me pertence.
A única coisa que sei e te digo não saia da minha vida, não neste momento onde tudo se encontra triste, melancólico e que tem alimentado a alma deste triste poeta que se intitulará aqui, audaciosamente, o filósofo solitário.